Uma pesquisa realizada pela Universidade de Pittsburgh percebeu uma relação entre o uso de redes sociais e a ocorrência de depressão. De acordo com a pesquisa, usuários que passam mais tempo nas redes sociais ou que as acessam com mais frequência têm maior probabilidade de ter depressão.

O levantamento, que começou a ser feito em 2014 mas só foi publicado pela primeira vez em 2016, abordou 1.787 cidadãos dos EUA com idades de 19 a 32 anos. As redes sociais analisadas foram Facebook, Youtube, Twitter, Instagram, Snapchat, Tumblr, Pinterest, Google+, Vine, Reddit e LinkedIn.

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Correlação

Em média, as pessoas que responderam à pesquisa passavam 61 minutos por dia em redes sociais, e acessavam suas contas das redes em média 30 vezes por semana. Mais de 25% dos entrevistados demonstrou indicadores de depressão “elevados”.

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Os participantes que declararam entrar nas redes sociais com frequência acima da média tinham 2,7 vezes maior probabilidade de ter depressão. Além disso, os indivíduos que passavam mais tempo nas redes sociais tinham uma probabilidade 1,7 vezes maior de ter depressão. Fatores como idade, gênero, etnia e renda não alteravam a correlação.

Significado

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Isso não significa, no entanto, que o uso de redes sociais em si cause depressão. Segundo a principal autora do estudo, Lui Yi Lin, “pode ser que pessoas que já estejam deprimidas estejam se voltando para as redes sociais para preencher um vazio”.

A terapeuta Nicole Amesbury opinou, em entrevista ao Mic.com, que a relação entre os dois fatores pode ser ainda mais complexa. “Algo que as pessoas comumente fazem quando começam a ficar deprimidas é se isolar”, disse. “As redes sociais nos dão oportunidade de assistir às nossas relações sem participar totalmente. Isso é algo arriscado para se fazer quando se está deprimido”.

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Outros estudos (como esse, focado no Facebook) já apontavam para uma relação semelhante. Ainda segundo Lui Yi Lin, a exposição a representações altamente idealizadas das vidas dos amigos pode dar aos usuários a sensação de ter uma vida menos feliz que os outros, o que pode alimentar a depressão – e levar a um uso ainda mais intenso de redes sociais.

Resposta

A partir dos resultados do estudo, os autores esperam que as redes sociais possam criar maneiras de identificar usuários que possam estar passando por fases depressivas, direcionando-os para recursos de saúde mental. Tanto o Facebook quanto o Tumblr já testaram ferramentas desse tipo.

O Tumblr enviava mensagens positivas e links para sites com informações sobre tratamentos para usuários que buscavam por tags preocupantes, como “depressão” ou “suicídio”. O Facebook, por sua vez, testou uma ferramenta que permitia aos usuários marcar anonimamente pessoas que estivessem postanto conteúdo potencialmente deprimido. Essas pessoas então recebiam mensagens incentivando-as a buscar ajuda.